Contexto histórico e filosófico
O Iluminismo surgiu em um contexto de grandes transformações sociais, políticas e científicas. O desenvolvimento do método científico, a Revolução Gloriosa na Inglaterra (1688), os avanços da Revolução Industrial e a ascensão da burguesia foram fatores que contribuíram para o surgimento de uma nova visão de mundo. Os iluministas acreditavam na razão como ferramenta para alcançar o conhecimento, a justiça e a liberdade, opondo-se ao obscurantismo, ao dogmatismo religioso e à opressão política.
Essa nova mentalidade se refletiu diretamente na literatura, que passou a se preocupar não apenas com o estilo ou o entretenimento, mas também com a crítica social e a educação do leitor. Escritores se tornaram verdadeiros “filósofos da pena”, empenhados em transformar a sociedade por meio da palavra.
A literatura iluminista apresenta várias características marcantes:
Racionalismo e crítica: A razão é o principal critério de análise do mundo. A literatura se torna um meio de questionar a autoridade, os dogmas e os preconceitos.
Didatismo: As obras tinham um propósito pedagógico, buscando formar cidadãos críticos e conscientes.
Universalismo: Os autores iluministas acreditavam em valores universais, como liberdade, igualdade, justiça e progresso.
Crítica à intolerância religiosa e ao absolutismo: muitos textos denunciaram os abusos da Igreja e dos reis, defendendo a separação entre Igreja e Estado.
Valorização da ciência e do empirismo: O conhecimento baseado na experiência e na observação foi amplamente defendido.
Uso da sátira e da ironia: para denunciar os vícios sociais e políticos, os autores frequentemente recorriam ao humor crítico.