O Humanismo como base ideológica

O Humanismo é a base filosófica da literatura renascentista. Inspirado nos valores da Antiguidade clássica, esse movimento intelectual colocou o ser humano no centro das atenções, contrapondo-se à visão teocêntrica da Idade Média, que colocava Deus como a medida de todas as coisas. Isso não significou um abandono da religiosidade, mas uma nova forma de encará-la, com maior racionalidade e individualismo.

Os humanistas acreditavam na capacidade da razão humana para compreender e transformar o mundo. Para isso, buscavam nos textos clássicos antigos os modelos de sabedoria, estilo e pensamento. Os estudiosos passaram a valorizar a escrita em latim clássico, a tradução de obras antigas e o estudo das línguas gregas e romanas. A literatura tornou-se, assim, um instrumento de formação do homem ideal renascentista: culto, racional, ético e criativo.

A literatura renascentista caracteriza-se por diversos elementos marcantes:

Antropocentrismo: A valorização do ser humano, de suas emoções, desejos, virtudes e capacidades.
Classicismo: A retomada dos modelos estéticos e temáticos da Antiguidade clássica, como a simetria, a harmonia e o equilíbrio.
Racionalismo: A confiança na razão como forma de compreender o mundo e a natureza humana.
Uso das línguas vernáculas: Apesar do prestígio do latim, muitos autores passaram a escrever nas línguas nacionais, contribuindo para o desenvolvimento das literaturas modernas.
Valorização da natureza e do cotidiano: A vida terrena e os prazeres mundanos passaram a ser temas dignos de representação artística e literária.
Universalismo e individualismo: A literatura expressa tanto o espírito universal da cultura clássica quanto a valorização da experiência individual e pessoal.